13.1.15

Sobre o amor incondicional


   Eu pensei em postar hoje sobre minha ansiedade sobre o ENEM, sobre responsabilidade, conselhos, ou uma resenha, mas um fato de hoje me fez mudar de tema. Algo que com certeza tem mais relevância (pelo menos pra mim.) Se trata de Oliver, um dos cachorros mais carinhosos que já tive a oportunidade de conhecer.
     Sabe aqueles bichinhos que quando você chega deitam no seu pé até você se abaixar e dar atenção a ele? Bem, ele nunca precisou muito disso comigo, eu sempre deixei como prioridade " passar um tempo com Oliver quando for até a casa da minha tia". Ele era muito só, tadinho. Passava o dia sozinho. Quando chegava visita ia correndo todo agitado para receber. Avisava com seu latido alto e sua empolgação que tinha alguém vindo. Presenciei nos últimos três dias sua quietude dolorosa.
     Não era meu cachorro, mas lembro dele desde que eu era bem menor. Nove anos atrás me lembro de ver aquela bolinha de pelos e achar a coisa mais fofa do mundo. Acho que hoje pude sentir a dor dele, quando fui trocar a água. Ele estava na minha casa nesses últimos dias. Eu cuidei dele como pude, e quando ia até ele, podia ver como estava mal.
    Hoje quando fui vê-lo ele não se mexia. Chamei-o diversas vezes e ele não abria o olho, ainda respirava. Acho que em nenhum momento me senti tão incapaz, tão pequena diante da situação. Eu não podia fazer nada quanto à dor dele, não havia coisa alguma a fazer. Pouco chorei, pouco demonstrei algo. Depois de subir as escadas mesmo vendo todos caindo no choro não pude dizer nada.
   Foi doloroso.
   Mas qual a razão de vir aqui e escrever sobre isso logo em uma postagem? Acho que se manifestou muito profundo o meu sofrer. Ele havia passado por tanto antes que a morte o levasse... Quando o vi foi como se pudesse ter em mim um pouco daquilo. Creio que a única forma que eu tinha de me expressar seria por escrito.
   Lembrei-me de meu Bóris e de meu Bartô, meus gatos. Foram envenenados. Mal posso crer no quão longe a crueldade humana vai. Mas eles em casa receberam todo o amor. Oliver não, meus tios estavam sempre fora, trabalhando, ele passava os dias em casa a espera da chegada deles, que chegavam cansados.
    Um certo dia meu vô disse pra mim que posso acreditar no amor incondicional, e a prova disso são nossos bichinhos de estimação. Independente de quem ou como você seja, eles estão ali contigo. Mesmo que você os abandone, eles ainda te amam. Em certo momento hoje minha mãe disse que não se pode deixar as perdas transformarem seu coração em pedra. Já meu pai disse que mesmo que nada nunca substitua, é importante continuar dando nosso carinho pra aqueles que ainda estão aqui, e que todas essas experiências nos fazem dar valor aos que estão em volta.
     Não sei dizer como estou, mas sei que não acho que foi injusto a ida dele. Acho que tudo tem sua hora, mas isso não basta para deixar ninguém menos triste. A falta machuca, mesmo que eu não tenha convivido tanto. Quando vi meus tios chorando pela falta dele, tudo que eu queria era abraça-los e não soltar mais, o problema era que não consegui passar isso. Esse foi meu erro. Mas sobre o Oliver, pude tratá-lo com todo o meu cuidado e carinho nesse tempo breve.

4 comentários:

  1. Olá!

    Vim retribuir sua visita ao meu blog e adorei seu texto. De fato, animais demonstram claramente o que é o amor incondicional... e é doloroso demais perdê-los, triste que vivam tão pouco!

    Estou seguindo o blog, ele é muito bacana. :)

    Beijos

    http://escrev-arte.blogspot.com.br

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    1. Realmente. É mais que muito triste.
      Obrigada pela visitinha ^^

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  2. Estou me sentindo triste e com o coração pesado, faz alguns anos que eu perdi minha cachorra. Crescemos juntas, nos acompanhamos quase a vida inteira e agora já tenho outro cachorro. Meu pai resgatou ele da rua e já estamos com ele faz cinco anos, como pegamos ele já adulto não sabemos bem a idade dele mas o tadinho já esta todo frágil e cambaleando. Sinto um nó na garganta quando olho pra ele,sei como você se sentiu e senti o mesmo ao ler o texto!

    beijos joana!

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    1. É sempre difícil deixar um bichinho ir, uma companhia, um amigo. Mas vê-lo sofrer também dói demais... A melhor coisa a se fazer é assim como você fez achar outro que também precise de amor e carinho, e cuide, mesmo que não seja a mesma coisa.Beijo !

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